Um
dos maiores pensadores da modernidade, Zygmunt Bauman, nos deixou
um importante conceito que se destaca nas relações humanas atualmente, a Modernidade Liquida.
Uma das principais características que permeiam essas relações, são as
carências; presentes cada vez mais na vida das pessoas.
Zygmunt Bauman |
A
carência é um dos gatilhos do livro Quem Me Roubou de Mim? do Pe.
Fábio de Melo. Lançado pela editora Planeta, a obra faz uma
reflexão acerca de como nossas carências fazem com que idealizamos o outro e
através do sequestro da subjetividade – que muitas vezes nem nos demos conta;
desenvolva relações tóxicas.
Só podemos dar aquilo que temos. Se nos falta amor-próprio, é certo que não teremos amor a oferecer.
Pe. Fábio de Melo passeia por
ciências como a teologia, a filosofia, a história, a sociologia e a psicologia
para apresentar conceitos como sequestro, identidade, subjetividade, liberdade,
plenitude, entre outros. Essas ideias apesar de enriquecerem o livro, o torna
denso fazendo com que a leitura, em alguns momentos, fique lenta.
Pe. Fábio de Melo |
A
obra em tela é relativamente curta (possui 216 páginas), dividida em
blocos temáticos. Essa escolha se mostra um verdadeiro acerto, pois ao começar
com um conceito em que muitos entendem, o Padre oportuniza aos leitores irem subindo “um degrau” a
cada capítulo – nos quais na conclusão da leitura saímos com um sentimento que
percorremos um rico estudo acerca de um importante tema.
As caricaturas do amor são prejudiciais porque
fazem absolutamente o contrário. Diminuem o horizonte, restringem, aprisionam,
sequestram. Em nome do amor, cometemos atrocidades. Amarramos os outros em nós,
porque nos equivocamos na compreensão do que consideramos ser amor. Amar não é
fazer do outro nossa propriedade. Ninguém é tão completo que seja capaz de
preencher totalmente as necessidades do outro. É absurdo pensar que nós
possuímos todos os elementos de que o outro precisa para o seu crescimento. Por
isso, há modalidades de amor.
Quem Me Roubou de Mim? é
leitura obrigatória para todos. Por ser rico em reflexão, Pe. Fábio de Melo nos convida a
mergulhar em nós mesmos com o objetivo de entendermos as nossas faltas e nossas
inteirezas para fazermos do mundo uma lugar pleno, um campo fértil de
crescimento, abundância e prosperidade.
Há pessoas que nos roubam. Há pessoas que nos devolvem.
Sinopse:
Em Quem me roubou de mim?’ Padre Fábio de Melo
aborda uma violência sutil que aflige muitas pessoas – o sequestro da
subjetividade. Essa expressão refere-se à privação que sofremos de nós mesmos
quando estabelecemos com alguém, nas palavras do próprio autor, ‘um vínculo que
mina nossa capacidade de ser quem somos, de pensar por nós mesmos, de exercer
nossa autonomia, de tomar decisões e exercer nossa liberdade de escolha.
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