A
leitura é um importante instrumento de conhecimento, lazer e saúde. Graças a
ela, nos aproximamos de realidades que não teríamos oportunidade de conhecer de
outra forma, temos a possibilidade de refletir sobre assuntos que são, muitas
vezes, negligenciados pela sociedade como um todo, além de servir como
companhia para todos os nossos momentos. Assim, para celebrar essa data tão
especial, o dia nacional do livro (no Brasil), convidamos a
todos vocês – nossos queridos leitores -, para conhecer a obra Fazendo
as Pazes com o Corpo.
Diana Garbin |
Atualmente,
as redes sociais juntamente com as mídias tradicionais – tv, revistas, rádios;
alimentam o imaginário popular com um padrão de beleza irreal, que sabotam
diariamente a autoestima das pessoas e fazem muitas cometer diversas loucuras
para se adequarem ao “socialmente aceito”, é o que conhecemos como a ditadura
da beleza.
“Os grupos funcionam a partir de ideias partilhadas, da procura de modelos de identificação e de uma busca de liderança. Quanto menos críticos somos e quanto mais influenciáveis nos tornamos, maior é nossa tendência a acreditar que existe apenas uma maneira de ver a vida, e essa maneira é aquela ditada pelo modelo atual vigente. Vivemos em uma sociedade em que a imagem vem antes do pensamento. O que nossa sociedade atribui como valor é o dinheiro, a magreza e a beleza estética. Não podemos ser pobres, nem gordos, tampouco velhos. A ditadura da beleza nos impede até mesmo de envelhecermos, como se buscássemos corpos que não denunciam a mazela da finitude da vida.”
É
nesse contexto que o livro publicado pela Sextante, Fazendo
as Pazes com o Corpo, se faz imprescindível. Nele, a jornalista Diana
Garbin, traz um relato cru e verdadeiro, de quem chegou ao fundo do poço e
resolver dar um BASTA e tomar para si a rédea da própria vida. Para tanto, ela
abdicou das autoagressões com as quais conviveu por anos – dietas radicais,
remédios, cirurgias, entre outros – e buscou ajuda especializada; passando a
entender melhor a própria doença, transtorno de imagem.
“A beleza é uma convenção, mas tendemos a aceita-la como verdade absoluta. E nos tornamos escravos dela, fazendo barbaridades para atender aos seus padrões.”
Podemos
dizer que o livro é dividido em duas partes. Na primeira, acompanhamos a
trajetória de vida da autora, com passagens sofridas, nos quais em muitos
momentos nos vemos querendo abraça-la e a impedir que tome tantos remédios,
desista das cirurgias e pare com as dietas que só mal fizeram. Aqui precisamos
enaltecer a coragem com que a autora compartilha seus momentos pessoais mais
difíceis e sua força interior em lidar com esse problema delicado, ao mesmo
tempo que serve como esperança para milhares de pessoas. Já na segunda
parte, Garbin nos conta como foi diagnosticada com o
transtorno de imagem e as medidas tomadas para atenuar os sintomas da doença.
Nesse momento, graças a experiência que ela possui enquanto jornalista, é
apresentado ao leitor dados científicos e diversas entrevistas com pessoas
especializadas no intuito de informar e esclarecer sobre os diversos
transtornos alimentares que assombram a população – tudo com uma linguagem
acessível e de fácil entendimento.
O
livro mexeu muito comigo. Por trazer uma escrita de muita sensibilidade, de
fácil identificação (se não consigo mesmo, não é difícil encontrar um(a)
amigo(a) que esteja passando por uma situação similar) e por dar voz a uma
“minoria” que sofre abusos cotidianamente e não sabe a quem recorrer – para
você que está lendo essa crítica e sente sozinha, saiba que VOCÊ É MARAVILHOSA
DO SEU JEITO, VOCÊ É ESPECIAL, ACREDITE.
O
livro Fazendo as Pazes com o Corpo, da Diana Garbin, merece
inúmeros elogios pela sua coragem em fazer de um momento difícil, algo pelo
qual a sociedade possa refletir e discutir, com o intuito de resgatar a
autoestima de milhares de pessoas que se sentem inadequadas e excluídas graças
a um padrão de beleza criado socialmente. Leitura indispensável para todas as
pessoas.
Curiosidades:
- A escritora Daiana Garbin é
casada com o apresentador Tiago Leifert – ele que
escreveu o prefácio do livro.
- A autora criou um canal no youtube chamado EU VEJO,
onde conversa com as pessoas sobre os transtorno alimentares, entre outros
assuntos.
Sinopse:
“A
insatisfação com o corpo é muito comum. E, especialmente no caso das mulheres,
é incentivada pelo mercado, pela mídia e até pelas próprias mulheres. Daiana
resolveu falar sobre isso. E aí você pensa: Uau, que legal, ela está curada e
vai me ensinar a me curar! Não. Ela vai oferecer algo muito melhor: a verdade.”
– do prefácio de Tiago Leifert.
Daiana
Garbin passou 22 anos odiando o próprio corpo. Sentia-se eternamente
inadequada, desejava ser reta, seca. Só pele e osso. Tinha vergonha de si mesma
e de seu descontrole diante da comida. Encarou dietas hiper-restritivas, passou
por três cirurgias plásticas, fez procedimentos estéticos agressivos e ficou
viciada em remédios para emagrecer – sempre acreditando que um corpo magro lhe
traria paz e felicidade. Foi só depois de muito sofrimento que ela descobriu
que a insatisfação profunda que sentia em relação ao corpo não era vaidade nem
frescura: era doença. Diagnosticada com transtorno alimentar, Daiana decidiu
compartilhar sua história para ajudar as pessoas que sofrem em silêncio por
querer se enquadrar em padrões inatingíveis e acabam deixando de aproveitar a própria
vida. Neste livro, ela revela o longo caminho que percorreu para aprender a
ficar em paz com seu corpo e com a comida – os altos e baixos, o que deu certo
e o que deu errado, as vezes que quis desistir e o momento em que percebeu que
existia uma saída. Trazendo entrevistas com nutricionistas, psicólogos e
psiquiatras, Fazendo as pazes com o corpo provoca uma necessária
discussão sobre o perigo dos transtornos alimentares, o lado nocivo das redes
sociais, o padrão de beleza irreal imposto pela mídia e o papel da
autocompaixão no processo de cura.
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