No
universo literário poucos escritores são tão reverenciados quanto Stephen
King. Dono de uma extensa bibliográfica, King é cultuado e
aclamado graças ao horror, principal elemento de seus livros.
Algumas obras de King |
Em
seu mais recente lançamento, O Instituto, lançado no Brasil pela
editora Companhia das
Letras, vemos uma organização secreta que sequestra crianças com dons
especiais, a fim de que elas passem por testes e sirvam como soldados numa
guerra que pode culminar com o fim do mundo.
É
inegável que King é um escritor incrível e graças a seu
talento, ele consegue criar histórias criveis, nas quais todos os elementos se
complementam – como verdadeiras peças de um gigantesco quebra-cabeça. Nesta
nova obra, não poderíamos deixar de destacar três grandes pontos:
Stephen King |
Os
Personagens:
Na
história há três núcleos de personagens: os funcionários do Instituto, Tim e
os moradores de Dupray e as crianças.
Os
funcionários do Instituto são compostos em sua grande maioria
ex-militares, que resolvem ganhar mais trabalhando na iniciativa privada. É
liderado pela Sra. Sigsby e que tem no misterioso homem
do ceceio, o grande chefe. Eles são responsáveis pela maldade da história.
Sequestram e torturam as crianças. Muitos mostram sinais de psicopatia e são
extremamente insensíveis aos sofrimentos que causam.
As
crianças tem uma faixa etária entre 6 a 18 anos. São sequestradas por possuírem
poderes paranormais. Tem como protagonistas o trio formado por Luke,
Avery e Sha. É o núcleo que está presente em todas as ações da história. É
interessante observar como elas, inicialmente completas desconhecidas, passam a
cuidar umas das outras, constituindo uma família (ligação que termina sendo
determinante para o desfecho do enredo).
“… o que você fazia por si mesmo era o que lhe dava o poder.”
Tim e
os moradores de Dupray, são os “anjos” da narrativa. O senso de
dever e justiça de todos eles, fazem com que procurem ajudar Luke,
sem medir esforços e os perigos que precisam enfrentar. A existência desses
personagens permite ao leitor enxergar a bondade do mundo e traz a questão da
eterna luta entre o bem contra o mal.
As
localidades:
O Instituto fica
localizado na floresta do Maine, um lugar isolado e que é
circundado por pequenas cidadezinhas, mantidas graças ao aporte financeiro
proveniente de fontes desconhecidas. Na história, essa relação de poder e
controle fica evidente durante a fuga de uma das crianças e no modo de operar
da equipe de busca. Trazendo para a realidade se torna uma discussão
interessante a se fazer, visto que muitas indústrias e grandes corporações buscam
e atraem esses lugares com promessas de emprego e com o passar do tempo deixam
como legado poluição e doenças para seus habitantes.
“— E eu apostaria um milhão de dólares que as pessoas de Dennison River Bend, que é a cidade mais próxima, sabem que tem alguma coisa acontecendo. Alguma coisa ruim. Mas não o quê, porque elas não querem saber. Por que iam querer? Faz com que eles sigam sobrevivendo, e, além do mais, quem acreditaria? Hoje em dia, ainda tem gente que não acredita que os alemães mataram tantos judeus. Chama-se negação.”
O
extraordinário:
Para
quem acompanha a escrita de King, sabe que o autor sempre traz um
elemento fantástico nos seus livros – algo de sobrenatural ou de difícil
explicação. Nessa nova história, ele optou por algo comum, a paranormalidade.
Algumas das crianças possuem a capacidade de mover objetos, enquanto outras
conseguem se comunicar por telepatia.
Com
uma leitura ágil, apesar das suas mais de 500 páginas, O Instituto intercala
elementos de suspense com cenas de ação, criando um ótimo entretenimento e
mexendo com o imaginário dos seus leitores. Em alguns momentos, o leitor pode
se chocar, uma vez que os experimentos realizados com as crianças são narrados
de forma detalhada – o que traz mais realismo ao livro e coloca os homens, como
os grandes monstros da história. Ainda assim, há quem durante a narrativa faça
questionamentos se o Instituto é tão vilão assim. Afinal, eles
acreditam que estão fazendo o bem para o mundo, com isso os fins justificariam
os meios.
Stephen
King consegue
entregar uma obra cheia de alternativas, que mexe com o público e agradará em
cheio aos seus fieis fãs.
Sinopse:
O
novo livro de Stephen King, o Mestre do Terror, traz uma história inesquecível
sobre um grupo de crianças com talentos especiais que precisam se unir para
derrubar um grande mal.
No
meio da noite, em uma casa no subúrbio de Minneapolis, um grupo de invasores
assassina os pais de Luke e sequestra silenciosamente o menino de doze anos. A
operação leva menos de dois minutos.
Quando
Luke acorda, ele está no Instituto, em um quarto que parece muito o dele,
exceto pelo fato de que não tem janela. E do lado de fora tem outras portas, e
atrás delas, outras crianças com talentos especiais, que chegaram àquele lugar
do mesmo jeito que Luke. O grupo formado por ele, Kalisha, Nick, George, Iris e
o caçula, Avery Dixon, de apenas dez anos, está na Parte da Frente. Outros
jovens, Luke descobre, foram levados para a Parte de Trás e nunca mais vistos.
Nessa
instituição sinistra, a equipe se dedica impiedosamente a extrair dessas
crianças toda a força de seus poderes paranormais. Não existem escrúpulos.
Conforme cada nova vítima vai desaparecendo para a Parte de Trás, Luke fica
mais e mais desesperado para escapar e procurar ajuda. Mas até hoje ninguém
nunca conseguiu fugir do Instituto.
Tão
aterrorizante quanto A incendiária e tão espetacular quando It: a Coisa, este
novo livro de Stephen King mostra um mundo onde o bem nem sempre vence o mal.
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