segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Citações | A Paciente Silenciosa (Alex Michaelides)


 

  • "... uma das coisas mais difíceis de admitir é que não fomos amados quando mais precisávamos. É um sentimento terrível, a dor de não ser amado." - 116
  • "... um amor que não inclui a honestidade não merece ser chamado de amor." - 117
  • "Às vezes é difícil entender por que as respostas para o presente estão no passado." - 145
  • "O objetivo da terapia não é consertar o passado, mas permitir que o paciente enfrente sua própria história e sinta sua dor." - 249

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Citações | O Discípulo da Madrugada (Pe. Fábio de Melo)


 

  • "Há momentos em que o medo nos impede de defender os que amamos... É como se fôssemos tragados pelo que éramos antes da amizade, da cumplicidade nascida dos encontros, das partilhas, dos risos e das lágrimas que nos fizeram irmãos." - 33
  • "... o mínimo que se espera de um amigo. Que se faça presente no momento que dele necessitamos." - 51
  • "A mais difícil das absolvições não é aquela que nos é oferecida pelos outros, mas por nós mesmos." - 77
  • "Nenhum cansaço pode nos afastar de um coração necessitado de amizade." - 114
  • "Esquecer é um ritual que nos aproxima do coração de tudo o que realmente já aprendemos. Só o esquecimento pode nos livrar dos excessos. Só depois dele é que percebemos o essencial." - 116
  • "O perigo não é não chegar, mas perder a oportunidade de alcançar a chegada por outro lado. Se vou sempre pelo mesmo caminho, se nunca inovo o trajeto pelo qual venço a distância, posso ser vitimado pelo entorpecimento da mesmice. E então podemos até esquecer o motivo que nos fez buscar a estrada. Os caminhos perigosos nos mantêm alertas." - 128

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Resenha | Nosso Lugar (Tabata Amaral)

 


A formação da sociedade humana foi pautada num protagonismo masculino. Donos do poder, os homens pegaram para si a responsabilidade pela tomada das decisões, ditando normas e regras, e ocupando, de forma majoritaria, os espaços políticos. Dentro desse contexto, as mulheres terminaram sendo relegadas, por imposição, a um lugar de coadjuvantes e, muitas vezes, passaram a ter que enfrentar todo tipo de abuso e injustiças, fruto da sociedade machista em que vivemos.

"... a sociedade, em um país tão desigual como o nosso, quando não tira a vida, vai tirando de alguns de nós a capacidade de sonhar."

Ainda assim, inúmeras mulheres têm se levantado cada vez mais e vem lutando, ao longo dos anos, para serem respeitadas e ouvidas como as protagonistas da mudança. Uma dessas mulheres se chama Tabata Amaral e ela trás em seu livro Nosso Lugar: o caminho que me levou à luta por mais mulheres na política,  seu caminho através da educação que a impulsionou a se tornar deputada federal. 

"... nós precisamos acreditar na nossa capacidade de promover mudanças."

A obra Nosso Lugar, lançada pela editora Companhia das Letras, foi dividida em cinco capítulos, onde cada um deles retrata a trajetória da Tabata numa determinada época de sua vida, caracterizando como uma biografia.

A leitura do livro é muito rápida, graças a suas 190 páginas e uma escrita bastante direta. Apesar disso, a autora traz muitas informações relevantes sobre programas educacionais existentes, que são desconhecidos do grande público. Também é importante destacar a influência/impacto que a obra trará para os jovens, por retratar a realidade de uma pessoa de baixa renda que conseguiu chegar a um lugar.

"Quando nos formamos, eu soube que estávamos escrevendo uma história diferente para nós duas. Por meio da educação, estávamos escapando dos abusos e violências que haviam marcado a trajetória das minhas avós e tias. Foi só então que deixei de ter medo de que as histórias das mulheres da minha família se repetissem, de alguma forma, em nossas vidas.  e grande destaque."

Nosso Lugar é um livro de extrema importância por trazer duas questão para o debate. O primeiro, por ser uma biografia de uma pessoa de baixa renda que chegou ao papel de protagonismo/liderança - o que serve como exemplo a milhões de jovens que até então não tinha perspectiva de futuro, por não possuir os meios para tal. E em segundo lugar, por provocar uma discussão acerca do espaço que a mulher ocupa na política brasileira e a que preço esse espaço é ocupado por elas.

Leitura indispensável para todos que buscam construir uma sociedade mais igualitária e que tem na educação o caminho para as mudanças

Citações | Nosso Lugar (Tabata Amaral)

 


  • "... a sociedade, em um país tão desigual como o nosso, quando não tira a vida, vai tirando de alguns de nós a capacidade de sonhar." - 55
  • "... quando somos um dos poucos representantes de um grupo a ocupar determinado lugar, a nossa responsabilidade é muito maior." - 86
  • "... nós precisamos acreditar na nossa capacidade de promover mudanças." - 115

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Citações | A Próxima Pessoa Que Você Encontra no Céu (Mitch Albom)

 


  • "Quando construímos algo, partimos de algo construído por quem veio antes. E quando nos despedaçamos, aqueles que vieram antes de nós ajudam a juntar nossos pedaços." - 61
  • "Muitas vezes pensamos que as coisas são sobre nós quando não são." - 81
  • "Nós temos medo da solidão... mas a solidão em si não existe. Não tem forma. É apenas uma sombra que cai sobre nós. E, assim como as sombras morrem quando a luz muda, esse sentimento triste pode ir embora assim que enxergamos a verdade." - 84
  • "Nenhuma ação feita para alguém é em vão." - 85
  • "Este é o poder que as crianças têm de nos desarmar: as necessidades delas fazem a gente se esquecer das nossas." - 98
  • "Os primeiro amores costumam permanecer no coração, como plantas que não podem crescer ao sol." - 102
  • "Todos os filhos guardam segredos. Todos os pais também. Nós moldamos a versão em que queremos que os outros acreditem, incrementando o disfarce e ocultando a verdade. É assim que podemos ser amados pelos nossos familiares e, ao mesmo tempo, enganá-los." - 106
  • "... não é porque uma lembrança é silenciada que você estará livre dela." - 109
  • "Só porque a gente enxerga as coisas direito não significa que as enxerga a tempo." - 118
  • "Nossos arrependimentos nos deixam cegos... Não percebemos quem estamos castigando enquanto castigamos a nós mesmos." - 120
  • "... nós nos ligamos mais às nossas cicatrizes do que à nossa cura. Conseguimos nos lembrar do dia exato em que nos machucamos, mas quem se lembra do dia em que a ferida sumiu?" - 129
  • "Os erros que cometemos abrem portas para fazermos o que é certo." - 154

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Resenha | Y(in): Crônicas do Caos Cotidiano (Wendell Almeida)

 


Existiu entre nós um sociólogo polonês chamado Zygmunt Bauman. Segundo ele, vivemos em uma sociedade líquida, onde temos cada vez mais dificuldades em nos conectarmos e termos relações duradouras. Muito dessa liquidez de Bauman é motivada pela forma como passamos a lidar com o tempo, ou para ser mais preciso, com a falta dele. Assim, em nossa "eterna" pressa para chegarmos em algum lugar, vamos aos poucos nos anestesiando e terminamos enchendo o nosso interior de coisas não ditas ou de tarefas por fazer.


A frustração daquilo que se perde se junta ao que nunca chegou.

É nesse contexto de perdição e isolamento, que vez ou outra surgem autores que buscam na poesia uma forma de fugir do lugar comum e lançar ao mundo reflexões que dizem, PAREM! CALMA!

A poesia, enquanto forma de arte, precede o texto escrito. As formas mais antigas de poesia foram recitadas ou cantadas, como forma de relembrar a história oral, a genealogia e a lei. Sendo assim, a poesia é, em sua essência, uma arte verbal.

O cronista Wendell Almeida mergulha no dia a dia para através da sua obra Y(iN): Crônicas do Caos Cotidiano, lançada de forma independente, tentar trazer um pouco de luz nesse estilo de vida que tanto nos cobra e nos impacta. No livro em si, o jovem autor, já demonstra toda sua desenvoltura e criatividade com as palavras, ao fazer do Sumário, um campo fértil para a poesia. Além disso, ao longo de 3 capítulos/partes - vazio, não ação contemplação; ele se utiliza da própria trajetória e de alguns encontros, para fazer uma reflexão crua e antiromantica do nosso modo de viver.

Ler as páginas de Y(in) é navegar pelo caos. O autor a todo momento nos tira da nossa zona de conforto, seja pelas provocações, ou ainda desnudando nossas atitudes que demonstram como estamos anestesiados para o outro. Talvez por conta desse desconforto é recomendado que a leitura seja feita por etapas, para que se tenha tempo de se apropriar do que está sendo dito.

Y(in): Crônicas do Caos Cotidiano é um relato corajoso de alguém que vê que a magia da vida está se perdendo. É um daqueles livros necessários, pois nos propicia uma pausa para que possamos refazer nossos passos e dar algum equilibrio ao caos em que vivemos. 



segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Citações | A Torre de Nero (Rick Riordan)


  • "Ele não quis dizer todas as coisas horríveis relacionadas à humanidade, e havia muitas... se referia às melhores coisas: defender uma causa justa, colocar os outros em primeiro lugar, ter uma fé teimosa de que se podia fazer a diferença, mesmo que significasse morrer para proteger seus amigos e suas crenças." - 43
  • "Mudança é uma coisa frágil. Exige tempo e distância. Sobreviventes de relações abusivas... precisam se afastar dos abusadores." - 101
  • "Ser humano é seguir em frente, se adaptar, acreditar na sua capacidade de melhorar as coisas. Esse é o único jeito de dar algum significado à dor e ao sacrifício." - 150
  • "... promessas são preciosas. Se você não tem certeza absoluta de que vai ser capaz de honrá-las, é melhor nem fazê-las..." - 228

 

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Resenha | Pequeno Manual Antirracista (Djamila Ribeiro)


O mês de Novembro é marcado, por entre outras datas cívicas, como o mês da Consciência Negra, tendo no dia 20, sua celebração nacional. Tal data, ao mesmo tempo em que relembra a morte de Zumbi dos Palmares - último líder do quilombo dos Palmares, assassinado em 1695; também o homenageia, afinal ele foi um dos líderes mais importantes da América Latina, por trazer consigo a consciência da luta pelo seu coletivo.

Anos após sua morte, o legado de Zumbi e de tantos outros que lutaram contra a escravidão continuam mais vivo do que nunca, afinal o racismo tem estado cada vez mais presente nas relações humanas.

falar sobre racismo no Brasil é, sobretudo, fazer um debate estrutural. É fundamental trazer a perspectiva histórica e começar pela relação entre escravidão e racismo, mapeando suas consequências. Deve-se pensar como esse sistema vem beneficiando economicamente por toda história a população branca, ao passo que a negra, tratada como mercadoria, não teve acesso a direitos básicos e à distribuição de riquezas.

Visando mudar esse quadro criminoso e de inúmeras injustiças existe um coletivo de pensadores e militantes negros, que lutam incansavelmente contra esse mal, sendo a Djamila Ribeiro, uma dessas vozes.


Djamila Ribeiro em sua obra intitulada Pequeno Manual Antirracista, lançada pela Editora Companhia das Letras, aponta o racismo como um sistema de opressão que nega direitos, e vai além ao argumentar que a ação antirracista é urgente, diária e que deve ser travada por todas e todos.

O conceito de lugar de fala discute justamente o locus social, isto é, de que ponto as pessoas partem para pensar e existir no mundo, de acordo com as suas experiências em comum.

Assim se reconhecer como racista é um primeiro passo para que possamos mudar. Por mais "amigos negros que tenhamos", em algum momento nós terminamos contribuindo para que o preconceito exista - seja através da omissão, ou até mesmo reproduzindo alguma fala ou atitude, fruto de uma educação que sempre teve como alicerce os objetivos e a visão de um grupo dominante.

O privilégio social resulta no privilégio epistêmico, que deve ser confrontado para que a história não seja contada apenas pelo ponto de vista do poder. É danoso que, numa sociedade, as pessoas não conheçam a história dos povos que a construíram.

Diante disso, a obra da Djamila Ribeiro se torna algo essencial para quem ainda não sabe como mudar de atitude. Pois, no seu Pequeno Manual, a autora apresenta 10 lições que instrui, através de uma linguagem firme, contudo acolhedora, e serve como um convite para conhecermos a causa e um caminho para quem quer fazer parte da luta antirracista. A leitura é muito fluída e rápida, muito por conta da linguagem acessível com que a autora utiliza. Djamila também é muito feliz, em trazer ao longo de todo o livro, referências de autores negros e dados estatísticos que embasam o que está sendo dito.

Pequeno Manual Antirracista nos convida, a todo momento, a refletirmos sobre a sociedade em que vivemos e sobre as nossas ações do cotidiano, através de subtemas como: negritude, branquitude, apropriação cultural, sexualização. Concluída a leitura, nos daremos conta que recebemos como presente, um caminho, que não pretende ser finalístico - como a própria autora informa -, mas sim, algo sugestivo que passa por atitudes que nos farão crescer como cidadãos e, principalmente, seres humanos.


segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Resenha | As Outras Pessoas (C. J. Tudor)


 

"Nós conhecemos a dor. Nós conhecemos a perda. Nós conhecemos a injustiça. Nós dividimos a dor... com aqueles que merecem."

A vida e a morte sempre andam juntas, duas fiéis companheiras que não se decepcionam e faz das pessoas, meras peças de um tabuleiro, ligadas pelo carma e pela imprevisibilidade dos acontecimentos. Essa ligação entre a vida e a morte e a ideia de carma é a chave do novo livro da C. J. Tudor, As Outras Pessoas, que chegou ao Brasil pela editora Intrínseca.

Na trama, acompanhamos a aflição de Gabe, um homem atormentado pelo passado, que se vê diante de uma nova tragédia - o suposto assassinato da esposa e da filha, que ele afirma ter sido sequestrada na mesma noite em que o crime hediondo se abateu sob seu lar. Apegado a um pequeno fiapo de esperança, em que ninguém mais julga ser possível, ele abre mão de tudo, em busca de um carro desaparecido e da tentativa de provar sua sanidade e de uma segunda chance para voltar a viver.

"Na época, o homem magro tinha esperança... Aquele tipo insano de esperança que energiza as pessoas, como uma droga. É tudo o que têm. Elas a consomem como se fosse crack, mesmo quando sabem que a própria esperança se transformou em vício. As pessoas dizem que ódio e amargura vão destruir você, mas estão enganadas. É a esperança. É a esperança que vai devorá-lo de dentro para fora como um parasita..."

Essa foi minha segunda experiência com a escrita de Tudor, a minha primeira foi com o livro O Que Aconteceu com Anne. Assim, pude notar semelhanças entre as obras, a exemplo do mistério que cerca a personagem infantil, o sobrenatural presente na história, a culpa que o personagem principal (do sexo masculino) carrega por algo do passado, os traumas familiares, entre outros. Se em Anne, muitos desses elementos funcionaram, aqui é necessário fazer alguns contrapontos, afinal o desfecho deixa algumas pontas soltas.

O primeiro problema encontrado no livro foi a questão do sobrenatural. A falta de maiores explicações acerca do dom das coprotagonistas, passa a impressão de que essa foi uma estratégia utilizada pela autora somente para relacionar as personagens, forçando uma ligação entre elas muito pouco convincente e que no final termina tirando um pouco do charme da história. Uma outra questão que me incomodou muito foi acerca da investigação oficial, as ações da polícia foi de um amadorismo impressionante, principalmente se considerarmos o tipo de crime trazido na história e todos os personagens envolvidos, sendo que a mudança de postura da detetive principal do caso, não foi bem trabalhada, aparentando que ela pôde agir da maneira que quiser, independente do lugar em que ocupa.

"Ninguém sabe, até ser pressionado, quais são seus verdadeiros limites."

Apesar dos problemas já apontados, As Outras Pessoas é um livro interessante para se ler. A escrita da Tudor, normalmente apresenta um mistério em decorrência de uma tragédia, e isso fisga o leitor já nas primeiras páginas; garantindo uma leitura fluída e que cria muitas expectativas para as páginas finais. Se o desfecho não foi o esperado, o caminho nos reservas muitas surpresas interessantes. Vamos a elas.

C. J. Tudor


A busca de Gabe nos surpreende a todo momento. Seja pela vida solitária e doentia que ele leva, o que nos permite ter uma imagem do desespero de um pai que perdeu tudo; ou ainda, pelo cenário que somos apresentados - os de lanchonete de beira de estrada, locais pouco conhecidos do público fora dos Estados Unidos. Contudo os dois grandes destaques do livro é o local onde encontramos a principal pista para resolver o mistério, a Deep Web e os personagens secundários.

Durante as investigações extraoficiais de Gabe, descobrimos que o grupo que ele busca, só pode ser encontrado na Deep Web - o lado obscuro da internet. Nos trechos trazido pelo livro é interessante sabermos um pouquinho sobre como ela funciona e fica nítido o cuidado que a escritora teve, em buscar informações a respeito do assunto.

"Um presente nunca é só um presente. Às vezes é um pedido de desculpas, às vezes um gesto de amor. Às vezes é uma forma de exercer pressão ou de fazer chantagem emocional. Às vezes é uma forma de diminuir a culpa. Às vezes é uma forma de parecer benevolente. Às vezes é uma demonstração de poder ou riqueza."

Eu diria que é um erro tratar os demais personagens como secundários, pois cada um é de extrema importância para completar o quebra-cabeça e finalizar a história. O núcleo familiar de Katie, demonstra as implicações de nossas escolhas e como os segredos podem salvar ou condenar uma vida; os sogros de Gabe, nos mostra como aqueles que nos são mais próximos, podem nos prejudicar quando a confiança se esvai; e o Samaritano, em como um mero desconhecido pode impactar de forma significativa a nossa vida, além do mais esse personagem é tão misterioso que merecia um livro extra, somente para tratar o arco histórico dele.

As Outras Pessoas tem seus problemas, afinal é apenas o terceiro livro da escritora - e talvez por isso, ela ainda não consiga ter fôlego para entregar um final digno de tudo aquilo que promete durante seu desenvolvimento. Contudo, a obra possui uma trama que garante bons momentos que aceleram o coração e fará o leitor correr para ligar todas as luzes e dar uma conferida se seus filhos estão mesmo por perto.

- Curiosidade

Esse foi o segundo livro da autora trazido primeiramente para os leitores, através do Intrínseco, clube de leitura da Intrínseca, que traz livros inéditos para seus assinantes e só depois lança para o grande público.

 

Citações | As Outras Pessoas (C. J. Tudor)


 

  • "Na época, o homem magro tinha esperança... Aquele tipo insano de esperança que energiza as pessoas, como uma droga. É tudo o que têm. Elas a consomem como se fosse crack, mesmo quando sabem que a própria esperança se transformou em vício. As pessoas dizem que ódio e amargura vão destruir você, mas estão enganadas. É a esperança. É a esperança que vai devorá-lo de dentro para fora como um parasita... - 16
  • "Estar desaparecido é diferente de estar morto. De certa forma, é pior. A morte oferece um fim. A morte dá permissão para o luto. Para fazer um funeral, acender velas e deixar flores num túmulo. Para seguir em frente." - 20
  • "... o amor apaixonado sempre se abranda um pouco. Não tem jeito. Como tudo o mais, o amor deve evoluir. Para sobreviver, sua chama precisa ser baixa e constante, não alta e ardente. - 119
  • "Ninguém sabe, até ser pressionado, quais são seus verdadeiros limites." - 127
  • "Um presente nunca é só um presente. Às vezes é um pedido de desculpas, às vezes um gesto de amor. Às vezes é uma forma de exercer pressão ou de fazer chantagem emocional. Às vezes é uma forma de diminuir a culpa. Às vezes é uma forma de parecer benevolente. Às vezes é uma demonstração de poder ou riqueza." - 232

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Citações | Darkdawn - As Cinzas da República (Jay Kristoff)

 


  • "... a vida não é uma questão de mérito. As bênçãos e as maldições caem sobre ricos e pobres do mesmo jeito. Justiça é ilusão. Quem não quer, não conquista nada, e quem não luta pelo que tem, fica sem nada. Por isso é que temos que lutar." - 230
  • "Culpar a si mesma pelas ações dos outros é como culpar a si mesma pelo tempo... Porque a melhor maneira de aprender a vencer é perder... Você só sabe como é bom respirar depois que alguém quebra suas costelas. Só se dar valor à alegria até alguém te fazer chorar. E não faz sentido se culpar pelos chutes que a vida dá em você. Só pense no quanto doeu e no quanto você não quer mais sentir essa dor, e isso vai te ajudar a fazer o necessário para vencer na próxima." - 297 e 298
  • "Viver no coração de quem deixamos é nunca morrer." - 313
  • "Ser pai não é fácil. Precisamos ensinar as verdades do mundo aos filhos para que eles possam sobreviver nele. Mas algumas verdades mudam você de um jeito que não há como voltar atrás. E, no fundo, nenhum pai quer que o filho mude." - 474
  • "Não crescemos graças às histórias que lemos, mas graças àquelas que dividimos." - 673

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Citações | Godsgrave - O Espetáculo Sangrento (Jay Kristoff)

 


  • "... algumas lições são aprendidas e outras são conquistadas." - 114
  • "... a arte de contar histórias consiste em saber quando parar. Se você falar demais, vai descobrir que não existe isso de final feliz." - 206
  • "O maior abismo entre as pessoas é sempre o orgulho." - 355
  • "... as coisas que fazemos são mais importantes do que as coisas que fizemos." - 501

domingo, 27 de setembro de 2020

Resenha | Nevernight - A Sombra do Corvo (Jay Kristoff)


 
Os livros que amamos nos amam de volta. E assim como nós marcamos a nossa posição nas páginas, as páginas deixam marcas em nós.

Vingança, sangue e um rastro de mortes. Esses são os ingredientes que ditam a guerra entre a luz e a escuridão, na trama do livro Nevernight - A Sombra do Corvo, do autor Jay Kristoff.


Primeiro volume da trilogia Crônicas da Quasinoite, Nevernight - A Sombra do Corvo chega ao Brasil pela editora Plataforma 21. Na história somos apresentados a Mia Corvere, uma jovem que ainda criança viu sua família ser brutalmente assassinada pelo Cônsul Scaeva, em decorrência de uma insurreição, que pretendia por fim a arbitrariedade da República e seus adoradores do Deus Aa (senhor da Luz). Agora, ela quer vingança e as sombras que a habitam estão com fome, mas para alcançar sucesso na sua empreitada nossa jovem precisará descobrir os mistérios da Igreja Vermelha e se tornar uma Lâmina, fiel seguidora de Niah - a Deusa da Noite.

Escuta-me, Niah. Escuta-me, Mãe. Esta carne, o teu banquete. Este sangue, o teu vinho. Esta vida, este fim, minha oferta a ti.
Caro leitor, aqui vai um conselho, se vocês não querem ser atraídos para uma trama na qual as Sombras são protagonistas, as Luzes vilãs; e ainda, repleta de traição, roubos, luxúria e mortes... muitas mortes, não abra esse livro. Pois, já nas primeiras folhas o sangue escorrerá e será impossível largar esse livro alucinante e com personagens misteriosos e ricamente construídos.

Jay Kristoff bebe de fontes inspiradas na idade média e da expansão romana para criar uma distopia onde ninguém está a salvo. A cidade e o sistema político já estão postos, isso incomoda um pouco, pois nos deixa com muitas perguntas sem respostas nesse primeiro volume. Os personagens em si, são uma atração a parte, afinal mesmo que a gente não conheça suas motivações a fundo; sabemos o necessário para nos apegarmos e elegermos os nossos favoritos. As 603 páginas são dividas em três partes e ainda assim, são devoradas em um único fôlego, graças a uma trama repleta de ação e que nos reserva grandes surpresas, capazes de nos deixar de queixo caído e com um ódio mortal, dignos de um verdadeiro Lâmina.

Se você não consegue ferir quem te fere, às vezes serve ferir qualquer um.

Chama atenção na edição da obra, a baixa qualidade das páginas. Apesar da capa ser incrível e ter um bom acabamento, as folhas são finas, o que faz com que os textos de uma se sobressaiam na outra. Também tem um erro ou outro de ortografia, mas nada que atrapalhe a leitura.

Kristoff criou um universo inteiramente novo e incrível, capaz de gerar inúmeras histórias e ainda assim, ser como se fosse nossa primeira visita a ele. A brutalidade da história de Nevernight agradará em cheio aqueles que buscam sangue, mas também chamará atenção dos fãs da idade média e dos amantes de Talkien. 

Marcas de escravo. Tatuagens. Cicatrizes. A sua aparência não muda quem você é por dentro. Eles podem te dar um rosto novo, mas não podem te dar um coração novo. Não importa o que tirem de você, eles só podem tirar se você deixar. Essa é a verdadeira força ... Esse é o verdadeiro poder.

Citações | Nevernight - A Sombra do Corvo (Jay Kristoff)



  • "Um traidor é só um patriota que está do lado errado da vitória." - 158
  • "Se você não consegue ferir quem te fere, às vezes serve ferir qualquer um." - 300
  • "Os livros que amamos nos amam de volta. E assim como nós marcamos a nossa posição nas páginas, as páginas deixam marcas em nós." - 348
  • "Marcas de escravo. Tatuagens. Cicatrizes. A sua aparência não muda quem você é por dentro. Eles podem te dar um rosto novo, mas não podem te dar um coração novo. Não importa o que tirem de você, eles só podem tirar se você deixar. Essa é a verdadeira força ... Esse é o verdadeiro poder." - 407

 

domingo, 20 de setembro de 2020

Resenha | O Verão em que Salvei o Mundo em 65 Dias (Michele Weber Hurwitz)


Não importa o que você sabe, importa o que você acredita. Não dá para desistir, para não tentar.

O mundo em que vivemos está um caos. Pandemia; queimadas; todo tipo de violência; preços orbitantes dos alimentos; e o distanciamento, que deveria ser social para nos proteger, é cada vez mais pessoal – o que gera ansiedade e nos coloca em profunda depressão, num sentimento de solidão que cresce a todo momento.

Diante desse cenário, que mais parece coisa de ficção científica, urge a necessidade de sermos salvos; de que nossos heróis do cinema/quadrinhos se materializem e resolvam todos os problemas. Mas, e se os verdadeiros heróis fossem pessoas anônimas? Pessoas que fazem pequenas boas ações com a esperança de que isso contagie os outros e assim crie uma rede de solidariedade.

e se as coisas ruins não forem tão óbvias? Se forem apenas parte do que está ao nosso redor, mas não conseguíssemos enxergar direito. E se forem nós mesmos? Tipo, o jeito que agimos ou deixamos de agir? … E se a solução for simplesmente o bem? Pequenas coisas simples e boas, coisas que ninguém percebe, tão comuns que se tornam extraordinárias. E se pessoas comuns pudessem ser heróis?

É tendo essa ideia em mente que a autora Michele Weber Hurwitz, nos presenteia com o livro O Verão Em Que Salvei O Mundo em 65 Dias, da editora Rocco Jovens Leitores.

Na trama conhecemos Nina Ross, uma jovem de 13 anos, que está de luto pela perda da avó, a única pessoa que a entendia, e que se sente sozinha, já que seus pais e irmão vivem trabalhando. E também, seus únicos amigos estão bem diferentes do que eram. Certo dia, nossa jovem protagonista resolve ajudar sua vizinha e daí nasce um projeto de verão que mudará para sempre a vida de todos os moradores do bairro. 

Almas antigas … podem não ser as pessoas mais alegres e despreocupadas que existem, mas têm uma chama no coração que fica acesa por um bom tempo.

A obra de Hurwitz é aquele tipo de leitura que a cada página vai aquecendo nosso coração. As dificuldades relatadas no livro são críveis e os personagens causam empatia logo de cara, o que faz com que o leitor tenha uma rápida identificação com a obra. Muitos momentos nos provocam reflexões e entre lições e conselhos sobre temas como amizade, luto, propósito, confiança, responsabilidade e amadurecimento; a pergunta que fica é: apenas com boas ações podemos fazer a diferença no mundo?

O Verão Em Que Salvei O Mundo em 65 Dias, tem uma capa lindíssima e vai fisgar todos àqueles que gostam de ter um colorido como diferencial na estante. Além disso, é uma obra mais necessária do que nunca e nos serve como um convite para refletirmos sobre nossas atitudes e nos inspirar a sermos a mudança que queremos ver no mundo.

Há tantas estrelas em um céu limpo quanto há sonhos em nossos corações.

Citações | O Verão em que Salvei o Mundo em 65 Dias (Michele Weber Hurwitz)

 


  • "Almas antigas ... podem não ser as pessoas mais alegres e despreocupadas que existem, mas têm uma chama no coração que fica acesa por um bom tempo." - 100
  • "... e se as coisas ruins não forem tão óbvias? Se forem apenas parte do que está ao nosso redor, mas não conseguíssemos enxergar direito. E se forem nós mesmos? Tipo, o jeito que agimos ou deixamos de agir? ... E se a solução for simplesmente o bem? Pequenas coisas simples e boas, coisas que ninguém percebe, tão comuns que se tornam extraordinárias. E se pessoas comuns pudessem ser heróis?" - 137
  • "Não importa o que você sabe, importa o que você acredita. Não dá para desistir, para não tentar." - 181
  • "Quando decidimos fazer algo e sabemos que é a coisa certa, não devemos deixar ninguém nos convencer do contrário." - 208
  • "Há tantas estrelas em um céu limpo quanto há sonhos em nossos corações." - 270

domingo, 5 de julho de 2020

Citações | A Bailarina de Auschwitz (Edith Eva Eger)



  • "...o heroísmo não é privilégio apenas daqueles que realizam façanhas extraordinárias, ou que assumem riscos para proteger a si mesmos e aos outros. Mais do que isso, o heroísmo é uma mentalidade, ou o acúmulo de nossos hábitos pessoais e sociais. É um jeito de ser. Um jeito especial de ver a si mesmo. Ser herói pressupõe agir decisivamente nos momentos críticos da vida, tentar resolver as injustiças ou criar uma mudança positiva no mundo. Ser herói também exige grande coragem moral. Cada um de nós  tem um herói interior esperando para ser revelado." - 11 e 12
  • "Às vezes, a dor nos empurra e às vezes, a esperança nos puxa." - 17
  • "...quando obrigamos nossas verdades e histórias a se esconderem, os segredos podem se tornar o próprio trauma, a própria prisão. Longe de diminuir a dor, o que nos recusamos a aceitar se torna tão intransponível quanto as paredes de tijolos e barras de aço. Quando não nos permitimos sofrer por nossas perdas, feridas e decepções, estamos condenados a revivê-las." - 20
  • "Muitas vezes os pequenos aborrecimentos da vida simbolizam perdas maiores e as aflições aparentemente insignificantes representam sofrimentos mais intensos." - 22
  • "Nossas memórias da infância são muitas vezes fragmentos, momentos rápidos ou flashes, que juntos formam um álbum de recortes de nossa vida. Esses fragmentos são tudo o que nos resta para entender a história que passamos a contar para nós mesmos sobre quem somos. - 25
  • "Segundo a teoria de Rogers, quando a necessidade de desenvolvermos o nosso potencial entra em conflito com a necessidade de uma atenção positiva, ou vice-versa, podemos optar por reprimir, esconder ou negligenciar nossas verdadeiras personalidades e vontades. Quando passamos a acreditar que não há nenhuma maneira de sermos amados e verdadeiros, corremos o risco de negar nossa verdadeira natureza." - 196
  • "Quando nos entristecemos, não é apenas pelo que aconteceu, mas também pelo que não aconteceu." - 216
  • "... às vezes os piores momentos de nossas vidas, aqueles que nos arrebatam em uma teia de desejos horrendos, que ameaçam nos desgastar com a absoluta impossibilidade oferecida pelo sofrimento que devemos suportar, são de fato os momentos que nos levam a entender o nosso valor." - 226

Citações | Flores Para Algernon (Daniel Keyes)



  • "Estranho sobre aprender; quanto mais longe eu vou, mais vejo o que nunca soube que sequer existia. Algum tempo atrás, tolamente imaginei que poderia aprender tudo... Agora espero apenas ser capaz de saber de sua existência e entender um mínimo disso." - 144
  • "... descobrir quem realmente sou ... envolve conhecer as possibilidades do meu futuro e também do meu passado, aonde estou indo tanto quanto aonde já fui. Apesar de sabermos que, no fim do labirinto, a morte nos aguarda, vejo agora que o caminho escolhido pelo labirinto me faz quem sou. Não sou apenas uma coisa, mas também uma maneira de ser, e saber os caminhos que percorri e os que me restam vai me ajudar a entender o que estou me tornando." - 204
  • "Ninguém realmente começa algo novo... Todo mundo constrói em cima das falhas de outros homens. Não existe nada original na ciência. A contribuição de cada homem à soma de conhecimento é o que conta." - 224

domingo, 14 de junho de 2020

Resenha | A Seca (Jane Harper)



A raça humana sempre viveu uma relação de amor e ódio com a natureza. Se de um lado os humanos sempre tiraram os bens mais preciosos até esgotar a terra; de outro, precisa lidar com condições climáticas adversas, capazes de matar e causar muito estrago no seu modo de viver.

O livro de estreia da Jane Harper, A Seca, é ambientado na cidade de Kiewarra, na Austrália. Um lugar que passa por uma das piores secas já vista e tem como habitantes, pessoas duras e a beira de perderem o  juízo. É nesse ambiente extremamente hostil, que o policial Aaron Falk se vê de volta na cidade em que nasceu. Ele não queria voltar, mas a tragédia que se abateu na família de seu melhor amigo não deixou outras opções.
"A morte raramente muda como nos sentimos sobre alguém. É mais comum que acentue o sentimento."
Agora Falk, juntamente com o sergento Raco, se vê numa investigação atrás da verdade, que vai despertar o pior das pessoas e trazer a tona uma tragédia do passado e pode ter como desfecho sua redenção e paz para o futuro.

A leitura dessa obra reserva aos leitores muitas reviravoltas e noites em claro, afinal quando a história engrena é impossível deixá-la de lado. Talvez o grande acerto da Harper foi a forma como ela se utilizou da seca para construir um cenário devastador  e totalmente sem esperança, o que torna seus personagens perigosos, capazes de fazerem qualquer coisa. Essa ambiguidade criada é trabalhada até o desfecho do livro, quando as histórias vão se cruzando a todo momento e a gente se pergunta que rumo a investigação vai tomar. Outro grande destaque da obra, foi trazer duas histórias paralelas - uma do passado, que consiste no afogamento de Ellie; e o outro do presente, o assassinato da família de Luke e seu suicídio. A autora conseguiu sustentar as duas histórias numa mesma investigação, feito digno dos melhores momentos de autores como Agatha Christie. Um ponto que deixou a desejar foi o ritmo lento que o livro possui no começo, o que pode fazer com que o leitor desista do livro antes mesmo das coisas começarem a acontecer.

A Seca entrega tudo que promete. É um livro implacável, desolador, cheio de mistérios como o deserto em sua forma mais cruel. Jane Harper em seu livro de estreia, se mostra uma escritora promissora, capaz de fisgar o leitor com uma história envolvente e digna de adaptações holywoodianas.

Citações | A Seca (Jane Harper)




"A morte raramente muda como nos sentimos sobre alguém. É mais comum que acentue o sentimento." - 234

domingo, 17 de maio de 2020

Resenha | Um Menino em um Milhão (Monica Wood)



O mundo em que vivemos atualmente, tem nos lançado por uma intensa busca desenfreada - por realização, por sucesso, por riqueza, por felicidade. Essa procura tem nos incutido uma pressa que aos poucos vai nos deixando anestesiados para a vida.

Os sintomas dessa anestesia é o desconforto em fazer novas amizades, a dificuldade em se conectar com as pessoas. Diante de tantos sintomas, a cultura surge como um milagroso remédio capaz de devolver às pessoas o prazer de se emocionarem e se encantarem.

Dentre as inúmeras opções culturais existentes, a leitura é uma das mais utilizadas, tendo autores capazes de nos fazer refletir sobre nossos hábitos e repensar nossas escolhas.

Um dos livros que permite essa reflexão sobre o despertar da vida é o Um Menino em Um Milhão, da autora Mônica Wood, lançado no Brasil pela editora Arqueiro.

Na trama conhecemos a centenária Ona Viktus, que passa a ser ajudada por um doce menino - um escoteiro obcecado pelo livro dos Recordes. A partir do momento em que a amizade deles vai se desenvolvendo, planos ambiciosos são traçados, como por exemplo, fazer Ona figurar no Livro dos Recordes. Contudo, uma fatalidade acontece e o menino deixa de aparecer, sendo substituído pelo seu pai, Quinn Porter e o impensável acontece.

A leitura do livro Um Menino em Um Milhão é de aquecer o coração. Os personagens aos poucos vão ganhando personalidade e dão sustentação a história. A divisão da obra se mostra acertada, principalmente por desenvolver duas histórias paralelas que se encontram durante a narrativa. As curiosidades sobre os recordes mais inusitados são engraçadas. Um ponto que poderia ser melhor trabalhado foi o final, deixa os leitores com um gosto de querer saber mais e ter participado de outros fatos que aconteceram.

Num tempo em que não damos a devida atenção aos nossos pais e avós, a Mônica Woods nos presenteia com uma obra que fará com que nos lembremos da importância dos mais velhos e de que sempre há tempo para descobrirmos  nossa melhor versão.

Citações | Um Menino em um Milhão (Monica Wood)




  • "... ao longo da vida a gente vai conhecendo tanta gente. Os anos vão passando e passando.. Mas tem certas fases, certas pessoas que ocupam muito mais espaço que outras.." - 223

domingo, 3 de maio de 2020

Citações | Madre Teresa - Amor Maior Não Há (Madre Teresa)



  • "... o distanciamento do ego conduz à descoberta da alma." - 12
  • "A oração está em todas as coisas, em todos os gestos." - 17
  • "Pobreza é liberdade. É liberdade na medida em que aquilo que eu possuo não me possui; na medida em que aquilo que eu possuo não me prende; na medida em que minhas posses não me impedem de compartilhar ou de me doar." - 95
  • "Quando percebermos que somos todos pecadores que precisam de perdão, então será fácil perdoarmos aos outros. Precisamos ser perdoados para podermos perdoar." - 106
  • "O que precisamos é amar sem nos cansar. Como queima uma lamparina? Com o gotejar incessante de pequenas gotas de óleo. O que são essas gotas de óleo em nossas lamparinas? São as pequenas coisas da vida cotidiana; lealdade, pequenas palavras de gentileza, um pensamento pelos outros, nossa maneira de ficar em silêncio, de olhar, de falar e de agir. Não procure Jesus longe de você mesmo.  Ele não está lá; ele está em você. Mantenha sua lamparina queimando e você O reconhecerá." - 205

terça-feira, 7 de abril de 2020

Resenha | Tempo de Esperas - O Itinerário do Florescer Humano (Pe. Fábio de Melo)


Nós estamos vivendo um tempo de (re)descobertas. Confinados em nossas casas, somos convidados a nos visitarmos a todo instante e assim avaliarmos como nossas relações e escolhas têm contribuído para o nosso crescimento.
Cuidado para você não se ocupar demais com a busca de resultados. Nem sempre o produto final é o mais importante. Por vezes a riqueza se esconde é no processo das descobertas. O resultado é quase nada perto das oportunidades que o processo nos entrega.

Esse processo de amadurecimento passa a surgir quando somos impedidos de continuar  a rotina apressada em que vivemos e a busca incessante por uma realização que sempre acreditamos estar lá fora. Desta forma, na simplicidade do nosso lar, nos voltamos para nosso interior e nos percebemos como estranhos. Estranhos de nós mesmos, estranhos para a família, estranhos para os amigos, estranhos para os amores, estranhos para a vida. E nesse estranhamento, o que sobra é a questão do agora?

Para nos ajudar a começar a descobrir um caminho para essa pergunta, o Pe. Fábio de Melo, nos presenteia com o livro Tempo de Esperas - O Itinerário de um Florescer Humano. Lançado pela editora Planeta, a trama apresenta uma troca de correspondência entre o jovem Alfredo e o experiente Abner. O diálogo que começa por conta do coração partido de Alfredo, logo ganha uma verdadeira lição sobre a vida, com reflexões que perpassam por temas como amor, família, luto, amizade, religião, trabalho e natureza.


Há sempre um perigo no amor que tem utilidade. Enquanto o outro exerce alguma função na nossa vida, corremos o risco de não experimentar o amor gratuito... Amor que se fundamenta na utilidade que o outro tem corre o risco de se transformar em abandono num futuro próximo.

O livro do Pe. Fábio de Melo, num primeiro momento, pode enganar por acharmos que se trata exclusivamente de um romance - afinal é uma desilusão amorosa que motiva a troca de cartas. Contudo, essa é apenas uma parcela do que a obra tem a ensinar, se tornando em muitos momentos um ensaio filosófico, voltado a autodescoberta.
O que gostamos no outro é o que sobra do nosso encontro. É o que derrama, o que não coube nos dois. O contrário também é verdadeiro. O que não suportamos no outro é justamente o que resultou do encontro. Juntos nós extraímos o que temos de pior. Com isso nos rechaçamos. A sobra não nos deixa felizes, porque não nos realiza. Ai dizemos que temos antipatia, porque a terceira pessoa gerada é desagradável aos nossos olhos.

A linguagem que o autor utiliza, gera uma certa estranheza de início, por ser mais coloquial, com termos da filosofia e com uma grande densidade de conteúdos. Entretanto, vencidas as apresentações, o leitor logo se ver fisgado pela profundidade do que é dito e as infinitas possibilidades que o livro oferece de aprendizado - por isso até, a obra é para ser lida inúmeras vezes, com a segurança de que será como se fosse a primeira vez e outras descobertas serão feitas. 
Mergulho nos livros porque neles eu sei que está a chave do mundo novo que tanto anseio conquistar."

Numa semana tão cheia de significados, como esta dita Santa, somos convidados pelo Pe. Fábio de Melo, através do seu livro Tempo de Esperas, a ressuscitarmos para aquilo que nos torna inteiros, a simplicidade que faz com que nossas chegadas atinjam os corações daqueles que amamos. 

Sinopse:

Dois personagens, Abner e Alfredo. De um lado, um velho professor que resolveu refugiar-se em uma vida simples, abandonando todas as glórias da vida acadêmica, e, de outro, um jovem estudante de filosofia, cujo sonho é alcançar o que o professor resolveu abandonar. Mas o motivo que gera o encontro é uma desilusão amorosa. Alfredo foi abandonado por Clara, a mulher de sua vida. Na tentativa de compreender a sua dor, ele solicita que o professor o auxilie a reencontrar o equilíbrio perdido. É a partir desse pedido que nasce uma instigante troca de correspondência. O tema inicial se desdobra em muitas outras questões humanas.
Enquanto discutem filosofia, amor, amizade e felicidade, Alfredo e Abner descobrem que muito mais que estarem em lados opostos do desejo, como se fossem o passado e o futuro de uma mesma existência, eles estão diante do desafio humano que nunca cessa: compreender o tempo das esperas.