As mulheres sempre tiveram lugar de destaque na
história. Na atualidade muito tem se discutido acerca desse protagonismo e do
empoderamento feminino, o que faz do livro Isabel de Castela: A
Primeira Grande Rainha da Europa um lançamento oportuno e uma ótima
referência para o debate.
Escrito pelo jornalista inglês Giles
Tremlett, que possui uma rica produção sobre a história da Espanha,
e lançado no Brasil pela editora Rocco, essa biografia com mais de 600
páginas e 46 capítulos se destaca pela riqueza dos detalhes e em trazer a
importância de Isabel de Castela em fazer de uma nação
fragmentada, uma potência mundial.
Dona de uma grande
inteligência estratégica e política, o caminho ao trono não foi fácil
para Isabel. Considerada por muitos como herdeira ilegítima, fez
valer sua vontade para se casar com Fernando de Aragão e
negociar com muito Grandes Nobres espanhóis para chegar ao poder. Uma vez
rainha, inaugurou uma monarquia compartilhada com seu marido, o que surpreendeu
a muitos, uma vez que se acreditava que ela seria relegada a segundo plano
com Fernando sendo o soberano.
Ambientado em um período
marcado por inúmeros reis e de pouco destaque feminino, Isabel logo
passou a ser respeitada, graças ao seu forte temperamento e de um messianismo
autoproclamado. Inserida em um contexto ao qual o cristianismo decaia
vertiginosamente e outras potencias europeias descobria terras além mar, Isabel
não se furtou em adotar medidas pouco populares – como expulsão dos judeus,
conversão forçada dos muçulmanos ao catolicismo, perseguição política,
assassinatos, a reforma nos monastério, apoio a expedições marítimas de
Colombo; tudo para fazer o que muitos consideravam impossível, unificar e
expandir o reino espanhol.
A leitura da obra Isabel
de Castela é uma mistura de sensações. Nos primeiros capítulos a
grande quantidade de personagens e detalhes em excesso, como a vestimenta da
rainha, torna a experiência um pouco maçante e cansativa; contudo, tudo melhora
com a chegada de Isabel ao trono, trazendo as estratégias de
guerra e as negociações de governo, o livro ganha em emoção e torna o leitor
refém até a conclusão da história. Apesar de ser uma figura controversa, afinal
muitos a tem como tirânica, Tremlett consegue devolver a Isabel o protagonismo
que lhe cabe na formação da Espanha e destacar a riqueza da história dessa
nação.
Isabel de Castela: A
Primeira Grande Rainha da Europa é recomendada para
todos que buscam conhecer a história do mundo, em especial, para os
historiadores que tem diante de si um rico prato que merece ser devorado.
Sinopse:
Em 1474, uma mulher de 23
anos subiu ao trono de Castela, o mais poderoso reino da Espanha, naquela época
dividida em cinco reinos conflitantes entre si. Diante dela, o desafio
considerável de ser uma soberana jovem em um mundo predominantemente dominado
pelos homens e o de reformar e unir um importante reino europeu. Desafios que
ela encarou com coragem e determinação, tornando-se a pioneira do seleto clube
de grandes soberanas europeias que inclui Elizabeth I da Inglaterra, Catarina,
a Grande, da Rússia e a rainha Vitória da Grã-Bretanha. Nesta aclamada
biografia, o jornalista e historiador inglês Giles Tremlett apresenta, com
riqueza de detalhes e um estilo envolvente, a trajetória de “Isabel, a
Católica” – alcunha que conquistou não só em função de sua fé, mas
principalmente pelo vigor com que empreendeu a Reconquista cristã da Espanha do
domínio muçulmano –, que liderou exércitos, transformou uma nação convulsionada
numa das maiores potências do mundo e financiou a viagem de Cristóvão Colombo à
América, entre outros feitos.
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