quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Resenha | Eu beijei Shara Wheeler (Casey McQuiston)

 Por Camila Moura

Normalmente um grande livro é aquele que conversa com seus leitores. Que faz com que eles reflitam e se sintam parte de algo maior e a autora Casey McQuiston, que cumprindo isso a risca, a trazer para seus fãs livros sensíveis e que trata da diversidade de uma maneira respeitosa e inclusiva.

Mostrando acerto em continuar com a parceria com a autora, a Seguinte, selo da Companhia das Letras, traz para o Brasil o livro Eu beijei Shara Wheeler, uma obra que apresenta mistério, romance, dramas e personagens apaixonantes.

Chloe Green vive em uma cidade ultraconservadora chamada False Beach, um verdadeiro pesadelo para uma bissexual filha de duas mães, por isso, o sonho da vida dela é finalizar o ensino médio sendo a melhor da escola Willowgrove, ir embora e nunca mais olhar para trás.

Seu único obstáculo é Shara Wheeler, a filha do pastor e diretor da escola, a pessoa mais popular da cidade. Todos amam Shara. Porém, quando falta um pouco mais de um mês para a formatura, Shara simplesmente desaparece e Chloe quer vencê-la olhando nos olhos dela, e assim, começa a busca por Shara.

“Mas, quando ela chegou à porta, Shara tinha sumido, e quando a presidente do grêmio estudantil, Brooklyn Bennett, subiu ao palco para coroar Shara como a rainha do baile, ela ainda estava desaparecida. Ninguém a viu sair, e ninguém a viu desde então, mas seu jeep branco não está na garagem da família Wheeler.”

Antes de desaparecer, Shara beijou três pessoas e deixou bilhetes espalhados pela cidade com pistas indicando onde ela estava e cabe a essas três pessoas totalmente diferentes se juntarem para encontrá-la. Mas e se no meio dessa busca eles descobrem que a Shara não é quem mostra ser e eles não são tão diferentes assim?

Esse livro é uma verdadeira aula sobre a comunidade LGBTQIA+ nos mostrando várias representações e também o impacto que a igreja e a comunidade ultraconservadora tem na formação homofóbica de uma sociedade.

“Seu cérebro às vezes tem dificuldade de entender isso - a ideia de que para a maioria das pessoas daqui, as coisas que ela escuta na aula de Bíblia são reais. Quem ela seria se não tivesse sido criada por duas mães e um pequeno exército de californianos gays de meia idade? E se Willowgrove sempre tivesse sido seu mundo, e as pessoas responsáveis por ele, que deixavam as portas das salas de aula abertas para ela e faziam piadas com ela como se a vissem como uma pessoa, lhe falassem de maneira gentil, mas firme que ela era errada? Que havia algo dentro dela - mesmo que não conseguisse dar um nome - que precisava ser consertado?”


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