Por Camila Moura
Quando
a Companhia das Letras, através do selo Penguin-Companhia, apresentou para os
seus leitores uma nova edição do clássico, O Idiota, não tive dúvidas em
embarcar nesta grande jornada (literalmente), afinal sempre tive curiosidade de
ler uma obra deste grande escritor russo, Dostoiévski.
Essa
foi a minha primeira experiência coma literatura russa, e confesso que me surpreendeu
muito positivamente. Apesar de ser um livro grande, a leitura é muito fluida,
com dramas que lembram muito as tramas das novelas das 9.
“Fiquei muito admirado quando o príncipe há pouco tempo, adivinhou que eu tenho “sonhos ruins”; ele disse literalmente, que em Pávlovsk os meus “sonhos e emoções” vão mudar. E por que os sonhos? Ou ele é médico ou, de fato possui uma inteligência fora do comum e é capaz de adivinhar muitas coisas.” (Mas que, no final das contas, é um “idiota”, disso não há a menor dúvida).
Na
narrativa conhecemos o jovem príncipe Míchkin que sofre de epilepsia, razão que
o afasta por anos de São Petersburgo para tratamento médico. Conhecido como
idiota, nosso jovem príncipe possui qualidades que estão em escassez entre os
membros da sociedade Russa. Assim, quando ele retorna para a cidade, acaba se
envolvendo em triângulos amorosos da alta sociedade. O que acaba causando um
choque cultural e ele faz amigos e inimigos poderosos.
“- Aqui, não há ninguém que mereça essas palavras! – Explodiu Aglaia. – Todos aqui, todos, não valem o seu dedo mindinho nem a sua inteligência nem o seu coração! O senhor é o mais honesto de todos, o mais nobre de todos, o melhor de todos, o mais bondoso de todos, o mais inteligente de todos! Aqui, há pessoas indignas de se abaixar e pegar o lenço que o senhor deixou cair, agora.... Para que o senhor se humilha e se coloca abaixo de todos? Para que o senhor desfigurou tudo em si mesmo, por que não há orgulho no senhor?”
Nessa
narrativa publicada originalmente em formato de Folhetim, podemos notar como a
busca por dinheiro é capaz de ultrapassar as barreiras da moralidade e faz com
que as pessoas vivam de aparências.
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