A raça humana sempre viveu uma relação de amor e ódio com a
natureza. Se de um lado os humanos sempre tiraram os bens mais preciosos até
esgotar a terra; de outro, precisa lidar com condições climáticas adversas,
capazes de matar e causar muito estrago no seu modo de viver.
O livro de estreia da Jane Harper, A Seca, é ambientado na cidade de Kiewarra, na Austrália. Um lugar que passa por uma das piores secas já vista e tem como habitantes, pessoas duras e a beira de perderem o juízo. É nesse ambiente extremamente hostil, que o policial Aaron Falk se vê de volta na cidade em que nasceu. Ele não queria voltar, mas a tragédia que se abateu na família de seu melhor amigo não deixou outras opções.
O livro de estreia da Jane Harper, A Seca, é ambientado na cidade de Kiewarra, na Austrália. Um lugar que passa por uma das piores secas já vista e tem como habitantes, pessoas duras e a beira de perderem o juízo. É nesse ambiente extremamente hostil, que o policial Aaron Falk se vê de volta na cidade em que nasceu. Ele não queria voltar, mas a tragédia que se abateu na família de seu melhor amigo não deixou outras opções.
"A morte raramente muda como nos sentimos sobre alguém. É mais comum que acentue o sentimento."
Agora Falk, juntamente com o sergento Raco, se vê numa
investigação atrás da verdade, que vai despertar o pior das pessoas e trazer a
tona uma tragédia do passado e pode ter como desfecho sua redenção e paz para o
futuro.
A leitura dessa obra reserva aos leitores muitas reviravoltas e noites em claro, afinal quando a história engrena é impossível deixá-la de lado. Talvez o grande acerto da Harper foi a forma como ela se utilizou da seca para construir um cenário devastador e totalmente sem esperança, o que torna seus personagens perigosos, capazes de fazerem qualquer coisa. Essa ambiguidade criada é trabalhada até o desfecho do livro, quando as histórias vão se cruzando a todo momento e a gente se pergunta que rumo a investigação vai tomar. Outro grande destaque da obra, foi trazer duas histórias paralelas - uma do passado, que consiste no afogamento de Ellie; e o outro do presente, o assassinato da família de Luke e seu suicídio. A autora conseguiu sustentar as duas histórias numa mesma investigação, feito digno dos melhores momentos de autores como Agatha Christie. Um ponto que deixou a desejar foi o ritmo lento que o livro possui no começo, o que pode fazer com que o leitor desista do livro antes mesmo das coisas começarem a acontecer.
A leitura dessa obra reserva aos leitores muitas reviravoltas e noites em claro, afinal quando a história engrena é impossível deixá-la de lado. Talvez o grande acerto da Harper foi a forma como ela se utilizou da seca para construir um cenário devastador e totalmente sem esperança, o que torna seus personagens perigosos, capazes de fazerem qualquer coisa. Essa ambiguidade criada é trabalhada até o desfecho do livro, quando as histórias vão se cruzando a todo momento e a gente se pergunta que rumo a investigação vai tomar. Outro grande destaque da obra, foi trazer duas histórias paralelas - uma do passado, que consiste no afogamento de Ellie; e o outro do presente, o assassinato da família de Luke e seu suicídio. A autora conseguiu sustentar as duas histórias numa mesma investigação, feito digno dos melhores momentos de autores como Agatha Christie. Um ponto que deixou a desejar foi o ritmo lento que o livro possui no começo, o que pode fazer com que o leitor desista do livro antes mesmo das coisas começarem a acontecer.
A Seca entrega tudo que promete. É um livro implacável, desolador,
cheio de mistérios como o deserto em sua forma mais cruel. Jane Harper em seu livro
de estreia, se mostra uma escritora promissora, capaz de fisgar o leitor com
uma história envolvente e digna de adaptações holywoodianas.