O mundo em que vivemos
atualmente, tem nos lançado por uma intensa busca desenfreada - por realização,
por sucesso, por riqueza, por felicidade. Essa procura tem nos incutido uma
pressa que aos poucos vai nos deixando anestesiados para a vida.
Os sintomas dessa anestesia
é o desconforto em fazer novas amizades, a dificuldade em se conectar com as
pessoas. Diante de tantos sintomas, a cultura surge como um milagroso remédio
capaz de devolver às pessoas o prazer de se emocionarem e se encantarem.
Dentre as inúmeras opções
culturais existentes, a leitura é uma das mais utilizadas, tendo autores
capazes de nos fazer refletir sobre nossos hábitos e repensar nossas escolhas.
Um dos livros que permite
essa reflexão sobre o despertar da vida é o Um Menino em Um Milhão, da autora
Mônica Wood, lançado no Brasil pela editora Arqueiro.
Na trama conhecemos a centenária
Ona Viktus, que passa a ser ajudada por um doce menino - um escoteiro obcecado
pelo livro dos Recordes. A partir do momento em que a amizade deles vai se
desenvolvendo, planos ambiciosos são traçados, como por exemplo, fazer Ona
figurar no Livro dos Recordes. Contudo, uma fatalidade acontece e o menino
deixa de aparecer, sendo substituído pelo seu pai, Quinn Porter e o impensável
acontece.
A leitura do livro Um Menino
em Um Milhão é de aquecer o coração. Os personagens aos poucos vão ganhando
personalidade e dão sustentação a história. A divisão da obra se mostra
acertada, principalmente por desenvolver duas histórias paralelas que se encontram
durante a narrativa. As curiosidades sobre os recordes mais inusitados são
engraçadas. Um ponto que poderia ser melhor trabalhado foi o final, deixa os
leitores com um gosto de querer saber mais e ter participado de outros fatos
que aconteceram.
Num tempo em que não damos a
devida atenção aos nossos pais e avós, a Mônica Woods nos presenteia com uma
obra que fará com que nos lembremos da importância dos mais velhos e de que
sempre há tempo para descobrirmos nossa
melhor versão.