sábado, 2 de setembro de 2023

Citações | As Mentiras Que Nos Contaram Sobre Deus (William P. Young)


 

  • “Uma boa pergunta vale mais que mil respostas.” – 10
  • “É comum escolhermos acreditar numa mentira para não deixar a verdade invadir a segurança dos nossos preconceitos e fortalezas de autoproteção. O diálogo não deve ser um exercício de dominação ou certeza; ele é o relacionamento do devido respeito. Todos precisamos de novas maneiras de enxergar.” – 12
  • “O verdadeiro amor encontra realização no outro e, portanto, nunca é cego. A paixão é cega de propósito e só encontra realização no eu e nas necessidades do eu.” – 56
  • “Aquilo em que escolhemos acreditar, mesmo que seja mentira, se torna a nossa experiência.” – 80
  • “Às vezes é preciso uma crise ou uma bifurcação na estrada para chegarmos ao lugar onde somos capazes de abandonar nossa compreensão antiga e defeituosa da realidade e abraçar outra, melhor e mais verdadeira.” – 102
  • “Desenterrar as imaginações que antes valorizávamos e trazer nossas suposições à superfície pode ser doloroso e nos desorientar. É um trabalho duro, mas que vale a pena. Quando mentiras e ideias falsas sobre Deus são expostas, também ficam expostas suas raízes, que têm origem em nossos pensamentos sobre nós mesmos e o próximo... Arrancar ervas daninhas é árduo, mas no fim do dia é gratificante, mesmo que seja apenas a alegria simples de se sentir um pouco mais à vontade sendo quem você é.” – 105
  • “A tristeza é uma reação saudável à perda... nossa tristeza se exprime na forma de arrependimento, com o qual assumimos e compreendemos nossa participação nas perdas da nossa vida, principalmente nas que causamos aos outros. A tristeza é parte da vida real, das perdas reais... A decepção, por outro lado, gira principalmente em torno da imaginação e de expectativas... as expectativas são decepções à espera de acontecer” – 127



sábado, 3 de junho de 2023

domingo, 21 de maio de 2023

Citações | De Volta Para Casa (Seanan Mcguire)

 


  • Nem sempre os pais gostam de admitir que as coisas mudaram. Eles querem que o mundo seja exatamente como era antes de seus filhos terem partido para viverem essas aventuras transformadoras, e, quando o mundo não cede a eles, tentam força-lo a se encaixar nos moldes que construíram para nós.” – 40
  • “Você não deveria fechar uma porta só porque não gosta do que está do outro lado.” – 61
  • “Notamos o silêncio dos homens. Contamos com o silêncio das mulheres.” – 63
  • “Voltar tinha dois significados... Era a melhor coisa do mundo. Também era a pior coisa que poderia acontecer com alguém. Era o retorno a um lugar que nos entendia tão bem que havia cruzado realidades para nos encontrar, clamando-nos como seus e somente seus; e era sermos enviados a uma família que queria nos amar, que queria nos manter a salvo, mas que não nos conhecia bem o bastante para fazer qualquer coisa que não fosse nos magoar. A dualidade da palavra era similar à das portas: elas mudavam vidas, e destruíam vidas, ambas com o mesmo convite simples: Entre e veja.” – 109
  • “... às vezes, assassinatos não têm a ver com corpos nem com os mortos. Estas são as coisas que ficam para trás. Às vezes, o assassinato tem a ver com o que está faltando.” – 141

domingo, 23 de abril de 2023

Resenha | Os Abismos (Pilar Quintana)

 


Os Abismos, da escritora Pilar Quintana, chegou ao Brasil pelo extinto projeto da editora Intrínseca, o Intrínsecos. Narra a história de uma família pelos olhos de Cláudia, uma criança por volta de 8 anos de idade. Na jornada de sua família, Cláudia nos faz refletir sobre como as tragédias familiares afetam os adultos e criam ciclos viciosos; ao deixar a lupa voltada para a mãe, ela nos mostra como a depressão corrói as relações; e como a pequena Cláudia tem inúmeras referências  de mulheres, ela nos mostra como essas personagens foram sucumbindo ao peso das escolhas - muitas vezes feita por outros - e foram se tornando sombras do que eram e abraçando a solidão.

A escolha por uma narradora criança, não é algo inédito no mundo ficcional, seja na literatura ou no cinema, temos muitos exemplos de obras assim: Belfast, Jojo Rabbit, O Jardim Secreto, Anne Globes, entre outros. Tal escolha se mostrou muito acertada, pois permite que os leitores criem uma rápida identificação com a personagem e embarque nessa grande montanha emocional que a história percorre. Contudo, para os menos sensíveis, pode ser motivo de afastamento, considerando que a narrativa não fica linear e nem possui a reflexão necessária para um maior aprofundamento.

A leitura do Os Abismos é dinâmica e com passagens fortes, despertando no leitor uma vontade de abraçar as Cláudias da história - mãe e filha, e assim aliviar o fardo que elas carregam.

Pilar Quintana é uma escritora que sabe captar a sensibilidade do mundo em suas histórias. Em Os Abismos ela vai nos convidar a refletir sobre nossas próprias relações familiares e nos fazer o questionamento de quais bagagens herdamos dos nossos pais e como elas impactam nos adultos que somos?


Resenha | O Que Sobra (Príncipe Harry)

 *Por Camila Moura

Sinopse:

Esta foi uma das imagens mais tocantes do século XX: dois jovens, dois príncipes, caminhando atrás do caixão da mãe, enquanto o mundo acompanhava os eventos com tristeza ― e horror. Conforme Diana, a Princesa de Gales, era sepultada, bilhões de pessoas se perguntavam como se sentiam, e o que pensavam, os príncipes ― e como a vida deles iria se desenrolar a partir daquele momento.
Para Harry, esta é enfim a sua história. Com uma honestidade total e incontornável, O que sobra é um marco editorial, cheio de inspiração, revelações, introspecção e sabedoria, conquistada com muito esforço, no que diz respeito ao eterno poder do amor sobre a perda.

Resenha:

Lançado no Brasil pela editora Objetiva, selo da Companhia das Letras, O Que Sobra é um relato de vida comovente que começa com a perda da mãe e vai até a perda da sua avó, a Rainha Elizabeth. É possível observar que mesmo sendo cercado de luxos e status, a vida do príncipe Harry foi marcada também de perdas e abdicações. 

Durante o livro conhecemos mais do príncipe, da sua vivência no exército, da sua relação conturbada com a imprensa e com a sua família… e o quanto o peso da coroa afetou sua saúde mental e seus relacionamentos amorosos, com amigos, mas acima de tudo, com a sua família.

“De repente, minha energia evaporou. Olhei para Willy, olhei de verdade, talvez pela primeira vez desde que éramos meninos. Absorvi tudo: seu olhar bravo tão familiar, que sempre foi o normal em suas interações comigo; sua calvície alarmante, mais avançada que a minha; sua famosa semelhança com a mamãe, que vinha se dissipando com o passar do tempo. Com a idade. Em certos aspectos, ele era meu espelho, em outros, meu oposto. Meu adorado irmão, meu arqui-inimigo, como isso tinha acontecido?”

          Apesar de conter trechos polêmicos, esse livro foi uma leitura cansativa e repetitiva, pois na maior parte o autor revida os ataques que sofreu da imprensa ao longo da sua vida. Outro ponto que vale ressaltar é que os acontecimentos, em sua maioria, não datados, deixa o leitor um pouco perdido ao longo da leitura.


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Resenha | Razões Para Continuar Vivo (Matt Haig)

 Por Beatriz Barbosa



A obra de Matt Haig, Razões para continuar vivo, da editora Intrínseca, conta sua própria história de luta contra depressão e como reaprendeu a viver. Logo no início ele já traz uma frase que nos deixa impactados.

“Mas, no fim das contas, é preciso mais coragem para viver do que para se matar.”

Confesso que minha curiosidade por esse livro se deu justamente por essa frase. O autor relata que chegou próximo a cometer suicídio e o que realmente era mais difícil no ponto de vista dele, foi escolher se manter vivo, cercado de sentimentos desconhecidos e de difícil compreensão.

Haig confessa o quanto se sentia dependente de Andrea (a mulher que ele dedica esse livro) sua esposa, apenas perto dela ele se sentia melhor e seguro.

O objetivo desse livro é alcançar pessoas que sofrem de ansiedade e depressão, ajudar a compreenderem que não são os únicos a passarem por essa tempestade, apesar de difícil entendimento, esses sentimentos também são vividos por outras pessoas e sim, vale a pena lutar pela vida, por mais difícil que seja.

“Quando estamos deprimidos ou ansiosos, incapazes de sair de casa, ou do sofá, ou de pensar em qualquer outra coisa que não seja depressão, tudo pode ser insuportavelmente difícil. Mas os dias ruins têm gradações. Não são todos igualmente ruins. E os piores, apesar de terríveis de suportar, são úteis mais tarde. Eles são arquivados. Um arquivo de dias ruins (...).”

O autor relata que gastou muito tempo buscando parecer uma pessoa normal, o que dificulta que os outros percebam quando alguém está passando por essa doença. Antes a depressão era conhecida como melancolia e os números de relatos eram menores do que hoje. Mas, Haig acredita que hoje as pessoas se tornaram mais abertas a relatar que é depressivo e por isso o número tem crescido assustadoramente.

A obra apresenta alguns dados da Organização Mundial da Saúde acerca desse grave problema de saúde pública. No reino Unido o suicídio é a principal causa de morte entre os homens com menos de 35 anos. Os índices de suicídio variam de acordo com o país. Na Groenlândia uma pessoa tem a probabilidade 27 vezes maior de se matar em comparação a quem vive na Grécia. Anualmente no Reino Unido um milhão de pessoas se matam. A tentativa de suicídio entre os britânicos varia entre dez e vinte milhões anualmente. Em todo o mundo os homens tem 3 vezes mais chances de cometer suicídio em comparação as mulheres. Porém as mulheres tem o dobro de chances de desenvolver uma grave crise de depressão se comparado ao sexo masculino. Mas os dados apontam que as mulheres buscam bem mais ajuda quando se trata de saúde mental.

Matt diz 10 razões para continuar vivo, a última me fez transbordar e lembrar que existe um mundo a minha espera e que não podemos desistir de viver.

“Um dia você vai sentir uma alegria equivalente a essa dor. Vai derramar lágrimas de euforia ouvindo Beach Boy, observar um rosto de bebê adormecido nos seus braços, fazer grandes amizades, saborear comidas deliciosas que nunca experimentou contemplar a paisagem de um lugar bem alto sem pensar na possibilidade de morrer na queda. Existem livros que você ainda não leu que vão enriquecê-lo, filmes que verá enquanto come sacos gigantes de pipoca, e você vai dançar, rir, fazer sexo e sair para correr à beira do rio e conversar noite adentro e rir até chorar. A vida está esperando você. Você pode está preso aqui por algum tempo, mas o mundo não vai a lugar nenhum. Aguente firme aí se puder. A vida sempre vale a pena”.

A depressão tem uma característica muito dolorosa, fazer a pessoa se sentir sozinha é o seu principal sintoma. Matt traz uma lista de pessoas que não são anônimas e mesmo famosas e cercadas de pessoas lutaram/luta contra a doença, mas não desistiram de fazer coisas maravilhosas, entre elas estão a Princesa Diana (conhecida como a princesa do povo), Robbie Williams, Catherine Zeta-Jones, Izaac Newton, Jim Carey, Angelina Jolie, Anne Hathaway são alguns dos nomes da lista. Reforçando que não basta fama e dinheiro, simplesmente qualquer pessoa pode ter depressão.

A depressão pode ser uma guerra intensa. Um fogo invisível, uma panela de pressão. Um demônio interno. Uma prisão. Uma ausência. Sombria, desesperada e solitária. A depressão também é... Menor que você.

“Sempre, ela é menor que você, mesmo quando parece enorme. Funciona dentro de você, não é você que funciona dentro dela. Pode ser uma nuvem negra passando pelo céu, mas já que a metáfora é está você é o céu. Você chegou antes. E a nuvem não pode existir sem o céu, mas o céu pode existir sem a nuvem”.


Resenha | Herdeiras do Mar (Mary Lynn Bracht)

 Por Camila Moura

SINOPSE:

Quando Hana nasceu, a Coreia já estava sob ocupação japonesa, e por isso a garota sempre foi considerada uma cidadã de segunda classe, com direitos renegados. No entanto, nada diminui o orgulho que tem de sua origem. Assim como sua mãe, Hana é uma haenyeo, ou seja, uma mulher do mar, que trabalha por conta própria seguindo uma tradição secular. Na Ilha de Jeju, onde vivem, elas são as responsáveis pelo mergulho marinho – uma atividade tão perigosa quanto lucrativa, que garante o sustento de toda a comunidade. Como haenyeo, Hana tem independência e coragem, e não há ninguém no mundo que ela ame e proteja mais do que Emi, sua irmã sete anos mais nova. É justamente para salvar Emi de um destino cruel que Hana é capturada por um soldado japonês e enviada para a longínqua região da Manchúria. A Segunda Guerra Mundial estava em curso e, assim como outras centenas de milhares de adolescentes coreanas, Hana se torna uma "mulher de consolo": com apenas dezesseis anos, ela é submetida a uma condição desumana em bordéis militares. Apesar de sofrer as mais inimagináveis atrocidades, Hana é resiliente e não vai desistir do sonho de reencontrar sua amada família caso sobreviva aos horrores da guerra. 

RESENHA:

Herdeiras do mar, da escritora Mary Lynn Bracht, e lançado pela editora Companhia das Letras, foi um livro que me surpreendeu e conquistou um cantinho especial no meu coração. Nele conhecemos a história da Hana, ela é uma haenyeo, conhecidas também como mulheres do mar. Elas trabalham com o mergulho marinho e são responsáveis por garantir o sustento da filha, ou seja, elas mergulham o mais fundo que conseguem em busca de coisas que possam vender.

Assim como Hana e sua mãe, muitas mulheres vivem da mesma forma. Sendo consideradas cidadãs de segunda classe em uma Coréia sob a ocupação Japonesa.

Para salvar sua irmã mais nova de um destino incerto, Hana acaba sendo raptada por soldados e levada para servir como mulher de consolo. Ela é submetida a horrores inimagináveis vivendo em um bordel militar.

O que mais me assustou, foi imaginar quantas “Hanas” existiram em tempos de guerra e o que essas mulheres passaram em um tempo de tanto sofrimento.

Em Herdeiras do Mar conhecemos um lado da guerra que muitos lutam para esconder.