domingo, 27 de outubro de 2013

Marina (Carlos Ruiz Zafón)


·      "Só as pessoas que têm algum lugar para ir podem desaparecer". - Pág. 07
·      "... De lá, tínhamos uma boa visão do solitário cemitério...Está enganado. Aqui estão as lembranças de centenas de pessoas, sua vidas, seus sentimentos, suas ilusões, sua ausência, os sonhos que nunca conseguiram realizar, as decepções, os enganos e os amores não correspondidos que envenenaram suas vidas... Tudo isso está aqui, preso para sempre." - Págs. 24 e 25
·      "- Deve ter percebido que não temos eletricidade, Óscar. Na verdade, nós não damos muito crédito aos avanços da ciência moderna. Afinal de contas, que tipo de ciência é essa, capaz de colocar um homem na lua, mas incapaz de colocar um pedaço de pão na mesa de cada ser humano?  - Acho que o problema não está na ciência, mas naqueles que decidem como empregá-la - sugeri." - Pág. 34
·      "- Poderia pintar mil anos - murmurou Salvat em seu leito de morte - e não mudaria um milímetro da barbárie, da ignorância e da bestialidade dos homens. A beleza é um sopro contra o vento da realidade, Gérman. Minha arte não tem sentido. Não serve para nada..." - Pág. 45
·      "- Às vezes, as coisas mais reais só acontecem na imaginação, Óscar - disse ela. - A gente só se lembra do que nunca aconteceu." - Pág. 68
·         "Naquela noite, Mijail disse que a vida concede a cada um de nós apenas alguns raros momentos de pura felicidade. Às vezes são apenas dias ou semanas. Às vezes anos. Tudo depende da sorte de cada um. A lembrança desses momentos nos acompanha para sempre e se transforma num país da memória ao qual tentamos regressar pelo resto de nossas vidas, sem conseguir. Para mim, tais instantes estão enterrados para sempre naquela primeira noite, passeando pela cidade..." - Pág. 144
·            "A mesquinhez dos homens é um pavio em busca da chama" - Pág. 150
·      "... Nosso corpo começa a se destruir desde que nasce. Somos frágeis. Criaturas passageiras. Tudo o que resta de nós são nossas ações, o bem e o mal que fazemos a nossos semelhantes." - Pág. 154
·      "Naquelas semanas, aprendi que é possível viver de esperanças e nada mais." - Pág. 182

·      "Meu amigo Óscar é um desses príncipes sem reino que andam por aí esperando que você o beije para se transformar em sapo. Entende tudo ao contrário, acho que é por isso que gosto tanto dele: as pessoas que acham que entendem tudo direito acabam fazendo tudo às avessas, e isso, vindo de alguém que vive metendo os pés pelas mãos, é muita coisa. Ele olha para mim e pensa que não estou vendo. Imagina que vou evaporar se ele me tocar e que, se não me tocar, quem vai evaporar é ele. Óscar me colocou num pedestal tão alto que não sabe mais como subir. Acha que meus lábios são a porta do paraíso, mas não sabe que estão envenenados. Sou tão covarde que, para não perdê-lo, não digo nada. Finjo que não estou notando e que vou mesmo evaporar... Meu amigo Óscar é desses príncipes que deveriam se manter afastados dos contos de fada e de princesas que guardam. Não sabe que é o príncipe azul quem tem de beijar a bela adormecida para que ela desperte de seu sono eterno, mas isso acontece porque Óscar não sabe que todos os contos são mentiras, embora nem todas as mentiras são contos. Os príncipes não são encantados e as adormecidas, embora belas, nunca despertam de seu sono. É o melhor amigo que tive na vida e se algum dia eu der de cara com Merlin, vou agradecer por ter colocado Óscar em meu caminho." - Pág. 183

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