Casa do Sol - 15 Anos: Fazendo Memória, Traçando Rumos (Giuseppina Rabbiosi)
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"Como diria Comblin: se o Evangelho é
conflito entre ricos e pobres, se tem de fazer uma opção entre ricos e pobres:
então, eu fico com os pobres." - Pág. 10
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"Luis acreditava que cada um nasce,
cresce e labuta, e cada um tem que responder a um chamado e continuar a fazer e
refazer a sua própria história. Nada nasce acabado. Cada geração tem a
obrigação de viver sua própria experiência: a história, como diria Comblin, tem
um caráter provisório e não dispensa ninguém de fazer e refazer o caminho. Não
podemos ficar escravos das gerações anteriores e nem obrigar as gerações
futuras a nos seguirem. Nossas tarefas serão sempre inacabadas e cabe a cada um
de nós fazer sua parte, sabendo que nunca poderá completar sua obra." - Pág.
11
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"Como será a casa onde mora o sol? É uma casa grande, quente e toda amarelinha. Na
entrada, tem um tapete vermelho para todos os seus convidados. Eu acredito que na entrada da Casa do Sol
não tem grama, mas tem
tantas nuvens, todas branquinhas. As flores são todas coloridas e grandes, tem uma música bonita, alegre e
boa para dançar. Será que na Casa do Sol chove? A gente se molha?Ou será que se
deve levar um guarda-chuva? Tudo o
que a gente sonha acontece lá. Quem entra na Casa do Sol, fica alegre. Amizade tem de sobra. A Casa do Sol está no lugar
mais bonito do mundo, perto de Deus. Nela tem sempre alegria. Nunca é noite, é sempre dia. Minha mãe me disse que eu
irei estudar lá. E por isso hoje acordei cedo. Eu vou à Casa do Sol." - Pág. 17
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"A Cidade de Plástico, assim denominada
pelos moradores desse lugar, surge em um campo de futebol, que fica nas
imediações de Cajazeiras VI, a partir da necessidade de pessoas sem moradia e
sem emprego encontrar/organizar seu próprio abrigo. Curioso é saber que, além
do esforço pela sobrevivência, essas pessoas precisam ter endereço oficial para
acessarem os serviços públicos oferecidos no bairro, pois frente às autoridades
este lugar não existe! Se vão aos postos de saúde não são atendidos porque não
têm endereço. Então, é como se fossem invisíveis? E aí Raimalda reflete que é
nos lugares invisíveis que a Casa do Sol quer estar e está fazendo alguma coisa
pelo próximo para que ele tenha dignidade." - Pág. 26
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"As palavras de Pina e seu sentimento
quanto ao fazer Casa do Sol nos convoca a refletir que os espaços educativos
que se propõem a trabalhar pela superação da pessoa humana precisam discutir e
valorizar o exercício das emoções e dos sentimentos, as histórias de vida,
permitindo aos sujeitos escutar-se e escutar o outro, buscando desenvolver uma
prática educativa libertadora que valoriza o exercício da vontade, da decisão,
da resistência, da escolha, dos desejos, dos limites..." - Pág. 57
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"Você, Luís, é um encantador de sonhos,
é aquele que consegue deixar vivo nas pessoas o desejo profundo de transformação.
Ser encantador de sonhos, como nos diz Daria, é acreditar na transformação do
outro, nas relações de igualdade, no potencial existente em cada ser humano;
encantador de sonhos é aquele que ajuda a fortalecer e alimentar desejos,
possibilitando a cada um sonhar o seu próprio sonho e o de tantas outras
pessoas." - Pág. 70
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