domingo, 17 de maio de 2020

Resenha | Um Menino em um Milhão (Monica Wood)



O mundo em que vivemos atualmente, tem nos lançado por uma intensa busca desenfreada - por realização, por sucesso, por riqueza, por felicidade. Essa procura tem nos incutido uma pressa que aos poucos vai nos deixando anestesiados para a vida.

Os sintomas dessa anestesia é o desconforto em fazer novas amizades, a dificuldade em se conectar com as pessoas. Diante de tantos sintomas, a cultura surge como um milagroso remédio capaz de devolver às pessoas o prazer de se emocionarem e se encantarem.

Dentre as inúmeras opções culturais existentes, a leitura é uma das mais utilizadas, tendo autores capazes de nos fazer refletir sobre nossos hábitos e repensar nossas escolhas.

Um dos livros que permite essa reflexão sobre o despertar da vida é o Um Menino em Um Milhão, da autora Mônica Wood, lançado no Brasil pela editora Arqueiro.

Na trama conhecemos a centenária Ona Viktus, que passa a ser ajudada por um doce menino - um escoteiro obcecado pelo livro dos Recordes. A partir do momento em que a amizade deles vai se desenvolvendo, planos ambiciosos são traçados, como por exemplo, fazer Ona figurar no Livro dos Recordes. Contudo, uma fatalidade acontece e o menino deixa de aparecer, sendo substituído pelo seu pai, Quinn Porter e o impensável acontece.

A leitura do livro Um Menino em Um Milhão é de aquecer o coração. Os personagens aos poucos vão ganhando personalidade e dão sustentação a história. A divisão da obra se mostra acertada, principalmente por desenvolver duas histórias paralelas que se encontram durante a narrativa. As curiosidades sobre os recordes mais inusitados são engraçadas. Um ponto que poderia ser melhor trabalhado foi o final, deixa os leitores com um gosto de querer saber mais e ter participado de outros fatos que aconteceram.

Num tempo em que não damos a devida atenção aos nossos pais e avós, a Mônica Woods nos presenteia com uma obra que fará com que nos lembremos da importância dos mais velhos e de que sempre há tempo para descobrirmos  nossa melhor versão.

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