Entre o céu e a terra, existem
mistérios que fogem à compreensão humana. Esses fenômenos inexplicáveis e que
são sustentados pela fé foram explorados ao longo dos anos através de produções
cinematográficas, literárias, entre outros.
Mostrando toda a sua grandeza
como contador de histórias, John Boyne foge da sua zona de conforto e apresenta
um enredo de dar calafrios aos seus leitores, no seu livro A Casa Assombrada.
Lançado no Brasil pela Companhia
das Letras, a narrativa nos apresenta a jovem Eliza Caine, que após uma grande
perda na vida, resolve aceitar um trabalho em outra cidade, a fim de recomeçar e
deixar as lembranças triste para trás. Contudo, ela está prestes a descobrir
que o mundo real pode ser tão (ou até mais) assustador que os livros que ela
tanto ama.
“Somos todos animais sob nossas peles? Mascaramos nossos instintos com palavras bonitas, roupas e comportamento aceitável? Dizem que, se nos entregássemos aos nossos desejos verdadeiros, avançaríamos uns sobre os outros com uma sede de sangue sem precedentes, todos nós.”
A Casa Assombrada é uma leitura
frenética. Seu ritmo um tanto cadenciado nas primeiras páginas, ficam longo
para trás, abrindo espaço para uma sequência de mistério, investigação e ação -
que envolve assassinatos, uma cidade interiorana que resiste a forasteiros e
muitos pesadelos; que torna impossível parar de ler.
Ao longo da obra, Boyne mostra
toda sua sagacidade, com personagens criados de forma rica em detalhes e que
passam para o leitor todas as emoções dos acontecimentos narrados. Além disso,
a ambientação do livro é um destaque a parte. A Inglaterra da era vitoriana já
oferece um contexto tenebroso e que faz palpitar o coração dos leitores – seja na
capital, suja e com uma neblina fantasmagórica; ou ainda no interior, com
habitantes pouco acolhedores e com uma áurea misteriosa.
Depois de sucessos como O Menino
do Pijama Listrado e O Garoto no Convés, John Boyne mostra toda a sua
versatilidade como escritor e traz uma obra capaz de atrair atenção dos fãs
mais fervorosos de Stephen King e presentear os desavisados com noites insones.
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