Fazendo as Pazes com o Corpo (Daiana Garbin)
- “Para
um relacionamento ser abusivo, não precisa existir agressão física ou
sexual. Qualquer pessoa... pode machucar você duramente apenas com
palavras. Quando isso acontece entre parceiros, os efeitos parecem ser ainda
mais dolorosos, e é comum que uma pessoa diminua tanto o amor-próprio da
outra a ponto de fazê-la acreditar que não tem valor nenhum.” – 54
- “...
percebi quantos bons momentos deixamos de viver por causa da nossa
autoimagem deturpada. Essa dor não pode ser ignorada, é claro, mas não
podemos permitir que a vergonha ou o sofrimento controlem nossa vida.” –
60
- “...
se expor... é um ato de coragem.” – 68
- “...
quem nos julga ou nos ofende na verdade só está manifestando as dores que
traz dentro de si. Quem guarda ódio só consegue oferecer ódio.” – 68
- “A
beleza é uma convenção, mas tendemos a aceita-la como verdade absoluta. E
nos tornamos escravos dela, fazendo barbaridades para atender aos seus
padrões.” – 88
- “Os
grupos funcionam a partir de ideias partilhadas, da procura de modelos de
identificação e de uma busca de liderança. Quanto menos críticos somos e
quanto mais influenciáveis nos tornamos, maior é nossa tendência a
acreditar que existe apenas uma maneira de ver a vida, e essa maneira é
aquela ditada pelo modelo atual vigente. Vivemos em uma sociedade em que a
imagem vem antes do pensamento. O que nossa sociedade atribui como valor é
o dinheiro, a magreza e a beleza estética. Não podemos ser pobres, nem
gordos, tampouco velhos. A ditadura da beleza nos impede até mesmo de
envelhecermos, como se buscássemos corpos que não denunciam a mazela da
finitude da vida.” – 91
- “...
a mulher perfeita é a mulher que não vive, que não existe! Só quem não
vive não comete erros!” – 93
- “Perfeccionismo
não é autoaperfeiçoamento. Perfeccionismo é, em essência, tentar obter
aprovação... O medo de falhar, de cometer erros, de não corresponder às
expectativas dos outros e de ser criticado mantém o perfeccionista fora da
arena da vida, onde a competição e o esforço saudáveis se desenrolam. O
perfeccionismo é autodestrutivo simplesmente porque a perfeição não
existe. É uma meta inatingível.” – 93
- “Queremos
ter o corpo dos outros sem pensar nem questionar como esses corpos foram
construídos. Perdemos a capacidade de enxergar nossa beleza natural e de
compreender nossos mecanismos de forme e saciedade, pois não permitimos
que eles trabalhem da forma correta, sempre impondo dietas e restrições. E
quando perdemos essa ligação, comer vira um ato desconectado das nossas
sensações corporais e passamos a fazê-lo no piloto automático, sem sentir
o gosto, a textura, o cheiro.” – 133
- “...
a vergonha é universal e constitui um dos sentimentos humanos mais
primitivos. As pessoas que não experimentam esse sentimento são carentes
de empatia e não sabem se relacionar. Vergonha é um sentimento
intensamente doloroso ou a experiência de acreditar que somos defeituosos
e, portanto, indignos de amor e aceitação.” - 149
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